Japoneses falham em tentativa de jogo ofensivo, e são atropelados no adeus ao Mundial
Japoneses falham em tentativa de jogo ofensivo, e são atropelados no adeus ao Mundial
Em um Rose Bowl “esvaziado”, em Pasadena, Urawa Reds e Monterrey (MÉX) deram fim ao Grupo E do Mundial de Clubes da FIFA. Ao mesmo tempo, Internazionale (ITA) e River Plate (ARG) se enfrentavam no Lumen Field, em Seattle. Já eliminados de qualquer chance de classificação, os japoneses apenas cumpriam tabela.
Diante da eliminação antecipada, era razoável imaginar que o Urawa Reds testaria novas peças ou ao menos traria uma proposta de jogo renovada. Mas o técnico polonês Maciej Skorża optou por manter praticamente o mesmo time, com exceção de Takahiro Sekine, que substituiu o lesionado Hirokazu Ishihara. Sobre a postura, até houve uma certa mudança, mas mesmo com uma proposta ligeiramente diferente em campo, a execução, fraca, passou longe de empolgar.
Mesmo com os Reds parecendo dispostos a buscar o ataque, o Monterrey rapidamente demonstrou que a partida não seria simples. Aos 2 minutos, Jesús Corona fez um cruzamento preciso para Alfonso Alvarado, que, de cabeça, quase balançou as redes, carimbando o travessão. Aos 25, um erro grave de Matheus Sávio na saída de bola forçou Shūsaku Nishikawa a sair do gol com urgência, dividindo com Germán Berterame. Na entrada da área e sem goleiro, Alvarado ficou com a sobra, e teve uma nova chance, mas, incrivelmente, desperdiçou a oportunidade de abrir o placar.
Com 30 minutos de jogo, o Monterrey finalmente abriu o marcador com o colombiano Nelson Deossa. A jogada começou quando ele recebeu a bola quase no círculo central, e, sem ser pressionado, teve tempo de sobra para controlar, avançar e mirar no gol. A marcação japonesa apenas o olhou, sem criar qualquer resistência. Deossa então arriscou um forte chute de longe, que contou com a colaboração do goleiro Nishikawa, que não conseguiu bloquear o tiro e acabou facilitando o gol adversário.
(Foto: EFE / EPA / Caroline Brehman)
O Monterrey, com um espírito combativo, logo demonstrou que estava determinado a deixar sua marca no Mundial. Com a vantagem no placar, os Rayados, como são chamados, seguiram dominando e atacando com confiança. Alguns minutos após o primeiro gol, o segundo chegou: Corona e Alvarado combinaram bem, e a bola acabou nos pés de Berterame. Com um toque sutil e inteligente, o atacante, em boa posição, finalizou rasteiro, passando entre as pernas do zagueiro brasileiro Danilo Boza e indo morrer lentamente no canto onde Nishikawa já se preparava, mas não pôde evitar.
(Foto: Harry How / Getty Images)
A situação do Urawa Reds ficou insustentável. Desorganizado em campo e já eliminado, o time japonês não conseguia reagir à pressão implacável do Monterrey, que não demorou a ampliar a vantagem. Poucos minutos depois, os mexicanos voltaram a atacar com força. Em uma nova investida, com a defesa japonesa completamente desorganizada, Corona arriscou de fora da área e, com um chute preciso, superou Nishikawa, inaugurando o que parecia ser uma goleada iminente.
(Foto: Reuters)
O Urawa Reds, já abatido, via sua situação se agravar a cada minuto com o largo placar. Deossa teve uma boa oportunidade para ampliar ainda mais a vantagem, mas sua finalização forte da entrada da área passou direto para fora. Para o alívio dos japoneses, o árbitro alemão Felix Zwayer encerrou a primeira etapa pouco depois.
Não havia o que se salvar naquele primeiro tempo. Sem forças para reagir, os Reds, com uma atuação individual e coletiva abatida e melancólica, não conseguiu sequer demonstrar o mínimo de vontade para tentar reduzir o placar — a recuperação, como um todo, era realmente impossível.
No segundo tempo, as substituições dos técnicos pouco impactaram o andamento do jogo. O Monterrey, já com a goleada no bolso e a classificação praticamente garantida, desacelerou o ritmo. Não havia mais necessidade de pressão, e a equipe mexicana passou a controlar a partida. O Urawa, por sua vez, não mostrou muita vontade de reagir. Embora disputassem mais as bolas e o jogo se tornasse mais truncado, os japoneses não conseguiram criar nada realmente relevante.
As melhores oportunidades seguiram com o Monterrey, mas com um jogo mais relaxado, a precisão nas finalizações caiu. O Urawa Reds, por sua vez, até chegou a marcar um gol com o brasileiro Thiago Santana, que havia saído do banco, mas o VAR o anulou, mantendo o placar intacto.
Nos últimos instantes do jogo, já nos acréscimos, Berterame fechou o placar em grande estilo. Após um cruzamento rasteiro de Roberto de la Rosa, que havia entrado durante o segundo tempo, a bola sobrou na pequena área para o atacante. Aproveitando a chance, Berterame deslizou para finalizar entre as pernas de Nishikawa, fazendo o quarto e último gol, ampliando ainda mais a vantagem. Com o último tento, o Monterrey não só goleou e passeou sobre o Urawa Reds, como também oficializou a sua classificação ao mata-mata com o apito final do árbitro, sacramentando sua vaga com uma vitória imponente e digna de destaque.
(Foto: Jae Hong / Associated Press)
Depois de uma exibição aquém das expectativas contra o River Plate e uma luta digna contra a Internazionale, o Urawa Reds viu sua participação no Mundial de Clubes da FIFA terminar de forma lamentável. Tentando adotar uma postura mais ofensiva, a equipe japonesa não conseguiu sequer competir com o adversário. Com um primeiro tempo frágil e uma segunda etapa onde a equipe se mostrou completamente apática e abalada, o time de Saitama deixa a competição de maneira melancólica, levando consigo um placar elástico.
Uma despedida que sua torcida certamente não merecia.
(Foto: Reprodução)
O próximo desafio do Urawa Reds está marcado para o dia 19 de julho, às 07h00, horário de Brasília, pela J-League. A equipe enfrentará o FC Tokyo em jogo válido pela 22ª rodada. Para acompanhar todas as novidades, siga-nos nas redes sociais.
Igor Ferreira é apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco e sem parentes importantes vindo do interior. Fez do Fluminense sua vida, mas começou a dividi-la com o Sanfrecce Hiroshima por volta de 2015. Também é escritor e contista nas horas vagas, atuando com ficção especulativa.
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