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O Vissel Kobe jogou como se estivesse em casa. Com um jogo dominante, a equipe venceu o Fagiano Okayama com autoridade e sem sustos.
Desde os primeiros minutos, ficou claro que o gol era apenas questão de tempo. O time da região de Kansai mostrou por que é considerado um dos melhores do Japão, controlando completamente as ações e neutralizando os donos da casa. O placar foi inaugurado aos trinta minutos: Gotoku Sakai arriscou de fora da área, acertando a trave, para no rebote, o brasileiro Erik, oportunista, completar para o gol vazio. O primeiro tempo terminou com o Fagi sequer finalizando contra a meta adversária.
Na segunda etapa, os donos da casa passaram a se lançar mais ao ataque em busca do empate, mas isso acabou abrindo ainda mais espaços para o Vissel Kobe explorar. Os visitantes seguiram perigosos, acertaram novamente a trave e exigiram boas defesas do goleiro alemão Svend Brodersen. A pressão surtiu efeito com um belo gol de Taisei Miyashiro, que recebeu de Daiju Sasaki – após pivô preciso – e finalizou com categoria de média distância.
O Fagiano até conseguiu criar mais na etapa final, mas seguiu ineficaz. Ren Komatsu, que substituiu Erik, chegou a marcar o terceiro, mas o VAR anulou o gol por impedimento. O Vissel Kobe ainda teve chances para ampliar, mas o placar permaneceu inalterado por certo tempo.
Ataru Esaka ainda conseguiu descontar aos quarenta e oito minutos, aproveitando cruzamento preciso de Kota Kudo e se antecipando ao goleiro Daiya Maekawa.
Apesar do gol sofrido nos acréscimos, o Vissel Kobe não passou por sustos e confirmou sua terceira vitória consecutiva. Com o resultado e beneficiado pelo confronto direto entre Kashima Antlers e Kashiwa Reysol na rodada, o time assumiu a liderança da J1 League. Já o Fagiano Okayama amarga a segunda derrota seguida em casa. Ainda assim, considerando a força dos adversários enfrentados, o desempenho segue dentro do esperado, mantendo a equipe na zona intermediária da tabela com uma campanha estável.
Com emoção e gol nos acréscimos, Kashima Antlers bate o Kashiwa Reysol em “jogo de 6 pontos”
(Foto: Kashima Antlers / Twitter)
Em duelo direto entre dois fortes candidatos ao título da J1 League, os aurinegros visitaram o maior campeão do país e entregaram, junto ao Kashima Antlers, um jogo digno da expectativa. A partida, que reunia dois dos líderes da competição, correspondeu ao que se esperava – tanto para os torcedores no estádio quanto para quem acompanhou à distância.
E o início foi eletrizante. Pressionando desde o apito inaugural, o Antlers abriu o placar logo nos primeiros minutos com um belo gol de Léo Ceará. O atacante brasileiro aproveitou o desarme de Yu Funabashi sobre Yuki Kakita e, de primeira, acertou uma finalização espetacular de longa distância, encobrindo Ryosuke Kojima. Embalado, o time da casa chegou ao segundo gol ainda na etapa inicial: em cobrança fechada de falta feita por Funabashi, o zagueiro Naomichi Ueda desviou de ombro, no meio de uma disputa aérea, inviabilizando qualquer reação do goleiro Ryosuke Kojima.
O primeiro tempo ainda teve mais um capítulo antes do intervalo, mas desta vez, para o Reysol. Em uma falha de Yu Funabashi na saída de bola, perto da própria área, a bola sobrou para Tomoya Koyamatsu, que, com precisão, bateu colocado e superou Tomoki Hayakawa, sem chances de evitar o tento.
Com o gol próximo ao intervalo, os aurinegros foram para o vestiário acreditando até mesmo em uma virada. No segundo tempo, o time se lançou melhor ao ataque, mas encontrou resistência na defesa do Antlers e em boas defesas de Hayakawa. Contudo, aos trinta minutos, o Reysol finalmente chegou ao empate: Nobuteru Nakagawa fez um passe preciso entre os defensores, e Yusuke Segawa completou com um bom chute de primeira, igualando o marcador.
Mas enganou-se quem achou que o empate marcava o fim das emoções. O jogo seguiu intenso – e quem desviou o olhar, pode ter perdido um dos lances mais cruciais da partida. Apenas cinco minutos após o empate, uma finalização de fora da área desviou no braço de Yuta Higuchi, recém-saído do banco. Do céu ao inferno em segundos: o meio-campista viu-se no centro de uma decisão como antagonista inesperado.
Na cobrança, Koyamatsu, já autor de um gol e um dos destaques da equipe na temporada, assumiu a responsabilidade. Mas o segundo não veio: a bola subiu demais e a chance da virada se perdeu no céu de Kashima.
O pênalti perdido representou um duro golpe para o time do espanhol Ricardo Rodriguez, que vivia um bom momento no jogo. Do outro lado, o banco do Antlers explodiu em alívio – e ainda haveria mais pela frente.
Aos quarenta e oito minutos, o golpe final: uma simples cobrança de lateral no campo de defesa resultou em desastre. O zagueiro Taiyo Koga, tentou passar para dentro da grande área, mas a bola caiu nos pés de Yuta Matsumura. Com frieza e um drible curto em Kojima, o terceiro gol do Antlers veio no apagar das luzes.
A torcida mandante festejou, enquanto do outro lado, bastou apenas o gesto dos jogadores aurinegros: cair de joelhos.
A vitória encerrou uma sequência de três derrotas seguidas do Antlers, que agora assume a vice-liderança da J1 League e segue na cola do líder Vissel Kobe. Já o Kashiwa Reysol, que vinha de uma boa série invicta, deixa o topo da tabela e cai para a terceira posição.
FC Tokyo marca no fim, e Urawa Reds perde após voltar do Mundial de Clubes
(Foto: J League / Twitter)
Quase um mês após disputar o Mundial de Clubes da FIFA nos Estados Unidos, o Urawa Reds voltou a campo pela J-League. Atuando fora de casa, a equipe de Saitama esteve próxima da vitória, mas acabou amargando mais uma derrota em seu retorno ao campeonato nacional.
O adversário da vez, o FC Tokyo, vinha de revés na rodada anterior e buscava se afastar das últimas posições na tabela. Os Reds entraram com força quase máxima, trazendo como novidade a estreia do atacante Hiiro Komori, ex-Sint-Truidense (Bélgica), que pertence ao JEF United Chiba. Após não atuar durante o torneio internacional, Komori foi titular nesta partida.
Jogando em casa, o Tokyo soube aproveitar o mando de campo e mostrou superioridade durante boa parte da partida, mesmo em meio a uma disputa cheia de reviravoltas dos dois lados. Logo aos cinco minutos, os anfitriões abriram o placar: Yuto Nagatomo cruzou para a área, e a bola, com leve desvio de cabeça de Keita Endo, tirou as chances de defesa para o goleiro Shusaku Nishikawa.
O empate do Urawa Reds veio aos quinze minutos. Kota Tawaratsumida perdeu a dividida com Kaito Yasui, que, de fora da área, acertou um chute rasteiro no canto do goleiro sul-coreano Seung-gyu Kim, e a virada veio rapidamente – e com toque brasileiro. Cinco minutos depois, Matheus Sávio realizou um belo passe com o lado externo do pé, encontrando Ryoma Watanabe nas costas de Nagatomo. O atacante finalizou cruzado e colocou o Urawa novamente à frente. Um belo lance, embora o goleiro pudesse ter feito melhor.
Mesmo com a virada, o Urawa Reds não conseguiu controlar o jogo e passou o restante da primeira etapa tentando manter a vantagem no placar. O Tokyo seguiu melhor, criando chances e pressionando. Nos acréscimos, o atacante brasileiro Marcelo Ryan chegou a balançar as redes de cabeça, mas o VAR anulou o lance ao identificar falta no início da jogada.
No segundo tempo, o cenário se inverteu – e a sorte também. Com vinte minutos, novamente Marcelo Ryan recebeu cruzamento em meia altura dentro da área, dominando com categoria e girando sobre o compatriota Danilo Boza. A finalização desviou em Hirokazu Ishihara, enganando o goleiro Nishikawa, recolocando o Tokyo na partida. A partir dali, os Reds foram recuando, acuados diante da pressão dos donos da casa, que seguiram em busca do terceiro gol.
O terceiro gol dos Tanukis saiu em uma jogada no mínimo inusitada, que escancara o dia difícil do Urawa Reds na segunda etapa. Nos minutos finais, Soma Anzai, que havia entrado do banco, cobrou escanteio para a área. O goleiro Nishikawa saiu da meta e disputou a bola no meio da confusão entre companheiros e adversários. A sobra caiu para Leon Nozawa, substituto recente, que chutou de primeira, de forma imperfeita, com a bola quicando rente ao seu próprio pé. Apesar disso, a jogada terminou em gol graças a Teruhito Nakagawa – outro substituto – que, na pequena área, conseguiu empurrar a bola para o fundo da rede. Nakagawa, marcado por três defensores, entre eles Boza e os reservas Takuya Ogiwara e Yusuke Matsuo, viu a bola cruzar a linha e decretar a virada num lance confuso e bizarro.
Nos instantes finais, o dinamarquês e capitão Marius Høibråten quase empatou para os Reds, mas sua finalização forte explodiu no travessão e não entrou.
Com a derrota, o Urawa Reds desperdiçou a chance de subir na tabela e se firmar entre os primeiros colocados. A equipe voltou a apresentar uma atuação fraca, especialmente na defesa, agravada por uma postura excessivamente conservadora após abrir o placar. Embora os dois últimos gols do Tokyo tenham contado com boa dose de sorte, não se pode ignorar as falhas defensivas graves que contribuíram diretamente para os tentos adversários.
Já o time da capital conquistou três pontos importantes, afastando-se de maneira mais confortável da zona de rebaixamento.
⭐ Craque da rodada e time-ideal:
• Jun Ichimori (Gamba Osaka); Sho Sasaki (Sanfrecce Hiroshima), Ryuho Kikuchi (Machida Zelvia) e Jeisson Quiñónes (Yokohama F. Marinos); Shunki Higashi (Sanfrecce Hiroshima), Jean Claude Aziangbe (Yokohama F. Marinos), Masato Shigemi (Avispa Fukuoka) e Shuto Nakano (Sanfrecce Hiroshima); Taisei Miyashiro (Vissel Kobe) e Yan Matheus (Yokohama F. Marinos); Akito Suzuki (Shonan Bellmare) — 📋 Técnico: Hideo Oshima (Yokohama F. Marinos, 3—4—2—1).
• Jogador da rodada: Yan Matheus (Yokohama F. Marinos).
Confira abaixo todos os resultados da 24ª rodada da J-League:
- Shonan Bellmare 3×3 Cerezo Osaka
- FC Tokyo 3×2 Urawa Reds
- Kashima Antlers 3×2 Kashiwa Reysol
- Tokyo Verdy 0×1 Machida Zelvia
- Shimizu S-Pulse 2×0 Yokohama FC
- Albirex Niigata 0×2 Sanfrecce Hiroshima
- Gamba Osaka 2×1 Kawasaki Frontale
- Fagiano Okayama 1×2 Vissel Kobe
- Yokohama F. Marinos 3×0 Nagoya Grampus
- Avispa Fukuoka 2×2 Kyoto Sanga
Igor Ferreira é apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco e sem parentes importantes vindo do interior. Fez do Fluminense sua vida, mas começou a dividi-la com o Sanfrecce Hiroshima por volta de 2015. Também é escritor e contista nas horas vagas, atuando com ficção especulativa.
