Pesquisa feita com 1.562 atletas da J.League e WE League abordou temas como salários, condições de trabalho e preparação para a aposentadoria
Pesquisa feita com 1.562 atletas da J.League e WE League abordou temas como salários, condições de trabalho e preparação para a aposentadoria
A seção Ásia-Oceania da FIFPRO (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) realizou nesta segunda-feira (16), em Tóquio, uma assembleia geral com a presença de representantes de 11 países e divulgou parte dos resultados de uma pesquisa feita com 1.562 atletas das três divisões da J.League (J1, J2 e J3) e da WE League (feminina). O levantamento abordou temas como condições de trabalho, remuneração e preparação para a aposentadoria no futebol.
Segundo os dados apresentados, o fator mais importante para jogadores e jogadoras ao escolherem um clube é o desenvolvimento profissional. No entanto, entre os atletas das ligas masculinas, a prioridade pelo salário aumenta nas divisões inferiores. Já entre as mulheres, fatores como cultura organizacional e ambiente do clube são mais valorizados.
Em relação à segurança física e psicológica, 25% das jogadoras da WE League disseram já ter sentido que o clube colocava sua integridade em risco – índice superior ao dos atletas homens das três divisões da J.League, que girou em torno de 16%. Os principais motivos foram excesso de carga horária, calendários sobrecarregados e pressão por parte de técnicos e funcionários.
A pesquisa também revelou disparidades significativas nas condições financeiras. Entre os atletas da J3 League, 32% afirmaram não ter estabilidade econômica, enquanto apenas 10% dos jogadores da J1 League relataram a mesma situação. Nas mulheres, o índice chegou a 19%.
No que diz respeito ao preparo para a aposentadoria, a maioria dos atletas afirmou estar despreparada. Quase dois terços dos jogadores da J2 League e das jogadoras da WE League disseram não ter feito qualquer planejamento para a segunda carreira, em contraste com os dados da Austrália, onde apenas 18% dos homens e 15% das mulheres relataram o mesmo.
A pesquisa também investigou a percepção dos atletas sobre como melhorar a popularidade das ligas. Jogadores das ligas masculinas destacaram a qualidade do jogo, transmissões e branding como pontos prioritários. Entre as jogadoras, as maiores demandas foram marketing, melhoria salarial e maior visibilidade.
Confira abaixo os dados preliminares da pesquisa FIFPRO:
Ao serem perguntados sobre o fator mais importante na escolha de um clube, os jogadores da J1, J2, J3 e WE League indicaram o “desenvolvimento como jogador” como prioridade. Entre os homens, a importância do salário aumenta nas divisões inferiores. Já entre as mulheres, aspectos como cultura e ambiente do clube têm maior peso.
J1 League
J2 League
J3 League
WE League
As jogadoras da WE League relataram sentir mais riscos físicos ou psicológicos em relação aos homens. Aproximadamente 25% dos respondentes afirmaram já ter sentido risco, causado por fatores como longas cargas horárias, agendas sobrecarregadas e estresse provocado por técnicos ou membros da comissão técnica.
Percentual que respondeu “Sim”
A pesquisa evidenciou disparidades entre as divisões. Jogadores da J3 foram os que mais relataram instabilidade. Mesmo na J1, apenas 31% disseram ter uma situação “muito estável”, abaixo dos 40% registrados na A-League australiana.
J1 League
J2 League
J3 League
WE League
Referência:
A-League Masculina (Austrália)
A-League Feminina (Austrália)
Na questão sobre preparo para a segunda carreira, uma maioria significativa dos atletas japoneses declarou não estar preparada. Isso contrasta com os números da A-League australiana, onde políticas sindicais mais desenvolvidas ajudam a planejar o pós-carreira.
J1 League
J2 League
J3 League
WE League
Referência:
A-League Masculina
A-League Feminina
Em relação ao crescimento da popularidade, jogadores da J1, J2 e J3 apontaram com frequência aspectos como qualidade de jogo, transmissões, exposição da liga, branding e ambiente dos estádios. Já entre as jogadoras da WE League, as principais demandas foram marketing, salários e transmissões, apontando para desafios estruturais fora das quatro linhas.
A FIFPRO pretende repassar os dados completos – incluindo estatísticas por clube – à Associação Japonesa de Jogadores Profissionais de Futebol (JPFA), que usará as informações para dialogar com ligas e equipes na busca por melhorias estruturais e trabalhistas no futebol japonês.
Fonte: web.gekisaka.jp
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